Segundo uma pesquisa publicada na plataforma MedRxiv, realizada pelas universidades da Suécia, Estados Unidos e México, com vários estudos apresentados e que envolveram 48 mil pacientes, a queda de cabelo é um dos principais sintomas pós covid-19, afetando cerca de 25% dos pacientes curados.
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Tal sintoma pode durar semanas ou até meses, logo depois do início da infecção. Apesar de já existirem diversos estudos acadêmicos sobre o tema, ainda não há um consenso, uma vez que as causas, duração e tratamento não estão definidos.
Mas afinal, existe alguma maneira de amenizar o problema depois que um paciente se cura do coronavírus?
Os tipos de queda de cabelo
Para desvendarmos, precisamos entender que existem dois tipos de queda de cabelo associadas com a Covid-19: a Alopecia Areata, que é a queda repentina de cabelo apresentando falhas em formas circulares, envolvendo o sistema imunológico e tendo como causa o estresse grave, além da predisposição genética e o Eflúvio Telógeno, condição em que o cabelo cai de maneira difusa devido à experiências estressantes.
“Essa queda de cabelo não é um evento específico da Covid, pois esse evento chamado de Eflúvio Telógeno agudo, está associado a qualquer tipo de infecção ou alguma situação que tenha gerado estresse no organismo da pessoa”, detalha a Dra. Mariana Paixão, médica dermatologista.
O coronavírus também pode estar diretamente associado a pessoas que já possuem uma pré-disposição genética para a queda de cabelo. “Esses eventos que servem como gatilhos acabam acelerando o processo de queda de cabelo. Se a pessoa tem uma queda entre 100 a 120 fios diariamente, com esse aceleramento, pode dobrar para 200, 300 fios por dia. Os eventos associados a esse tipo de queda podem ser as infecções graves, como a Covid, dengue, uma infecção urinária ou pós parto. Existem diversos gatilhos que podem desencadear essa queda mais abrupta do cabelo”, disse Dra. Mariana.
O que fazer?
Mesmo que a Covid-19 persistente esteja envolvida na queda do cabelo, a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) afirma que o cabelo costuma crescer normalmente depois de um tempo – em média, 2 a 3 meses.
Higienização básica do couro cabeludo, o uso de shampoos adequados e o acompanhamento médico é o mais recomendado nesses casos. “Em alguns casos, dependendo do diagnóstico, a pessoa será medicada, podendo ser orientada a tomar algumas vitaminas para reposição de nutrientes ou para a correção de alguma doença base”, conta a profissional.
Se a queda de cabelo for detectada e tratada bem no início de forma leve, pode ser controlada com produtos que encontramos em salões de beleza ou lojas especializadas. “Uma das marcas mais famosas para o tratamento da queda e afinamento capilar é a Nioxin, com sistemas customizados para tipos específicos de cabelo”, indica Julio Cesar, do salão Hermas Beleza.
Também vale apostar em shampoos que contém arginina. A substância encorpa os fios e fortalece o couro cabeludo. Manter uma alimentação regada a proteínas, ferro e zinco também pode ajudar.
A carboxiterapia capilar é outro tratamento bem comum para combater essa condição. O processo promove a oxigenação e reestruturação anatômica do couro cabeludo, acelerando o processo de crescimento.