Cris Serra, coordenadora da Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT e do Diversidade Católica, disse que o papa Francisco e sua postura fortalece os gays que frequentam a igreja. A opinião de Serra se deve, principalmente, ao recente discurso do papa a respeito da defesa dos direitos civis de união dos gays – em um documentário divulgado no dia 21 de outubro, ele afirmou que “os homossexuais têm direito a formar uma família.”
Leia também:
- Marília Mendonça se desculpa após piada transfóbica: “fui errada”
- Pela primeira vez, Congresso Nacional é iluminado com as cores do arco-íris no Dia do Orgulho LGBTQ+
“É a primeira vez que escuto da autoridade máxima da Igreja que a gente tem família. Isso é uma grande coisa”, disse ela ao Estadão Conteúdo. “Tem gente que segue Cristo e faz arminha com a mão.”
Ainda segundo ela, “o fato de o papa falar em homossexuais e família tem impacto no contexto em que certos grupos globalmente se apropriam dessa palavra, como os ‘defensores da família’, para fazer certa guerra ideológica, usando a linguagem do cristianismo como instrumento.”
“O que ele falou fortalece certas vozes e correntes na Igreja. Nossa esperança é fortalecer o trabalho das pessoas nessa perspectiva de valorização da diversidade como algo que enriquece, não só tolerar. Que talvez possa mudar o olhar para a presença das pessoas LGBT. E também os direitos humanos e o combate à violência estrutural contra os grupos mais vulneráveis”, adicionou Cris.
Apesar de ser visto como progressista, o papa, segundo a coordenadora, é adepto de um discurso moderado. Ele dá ênfase à questão pastoral, em vez de discutir uma coisa abstrata, descolada da vida das pessoas, “ele enfatiza o encontro e o acolhimento” de todxs.