Segundo um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o retorno às aulas em meio à pandemia do novo coronavírus pode representar ameaça de contágio para 9,3 milhões de adultos e idosos, que estarão em contato com os estudantes na mesma casa. O número representa cerca de 4,4% da população do Brasil.
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“A volta às aulas pode representar um perigo a mais para cerca de 9,3 milhões de brasileiros (4,4% da população total) que são idosos ou adultos (com 18 anos ou mais) com problemas crônicos de saúde e que pertencem a grupos de risco da covid-19. Isso porque eles vivem na mesma casa que crianças e adolescentes em idade escolar (entre 3 e 17 anos)”, destaca a Fundação, com informações da Agência Brasil.
O estado de São Paulo tem o maior número de pessoas nessa situação, com cerca de 2,1 milhões de adultos e idosos em grupos de risco com crianças em casa, seguido por Minas Gerais (1 milhão), Rio de Janeiro (600 mil) e Bahia (570 mil).
Acontece que 3,9 milhões (1,8% da população do país) de adultos com idade entre 18 e 59 anos têm diabetes, doença do coração ou doença do pulmão. Essas mesmas pessoas residem em domicílio com pelo menos um menor em idade escolar (entre 3 e 17 anos). Já a população idosa (60 anos e mais) que convive em seu domicílio com pelo menos um menor em idade escolar chega a quase 5,4 milhões de pessoas (2,6% da população).
Uma volta às aulas em momento prematuro poderia colocar jovens estudantes em exposição ao coronavírus em transportes públicos, isso sem contar com a falta de controle sobre o comportamento de adolescentes e crianças que andam sozinhos fora de casa.
Se forem contaminados, esses jovens poderão levar o vírus para dentro de casa e infectar parentes de todas as idades que tenham doenças crônicas e outras condições de vulnerabilidade à covid-19.
No Rio de Janeiro, a volta às aulas deve acontece agora em agosto. O prefeito Marcelo Crivella anunciou na terça-feira,21, que liberou, de forma voluntária, a volta de turmas dos 4º, 5º, 8º e 9º anos das escolas particulares, a partir do dia 3.